quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CUMPRINDO A MISSÃO NUM MUNDO PÓS-MODERNO

Em um mundo, marcado pela pós-modernidade, a missão cristã é confrontada com o modelo de vida, “modus vivendis” dessa época e o modelo estabelecido por Jesus Cristo. Viver segundo Deus ou viver segundo o mundo? Eis o primeiro de seus dilemas: Fidelidade ao mundo ou fidelidade a Deus? O nosso modelo é Jesus Cristo, que viveu os desafios de sua época, esteve dentro de seu ambiente cultural, mas jamais perdeu o seu foco, que era cumprir a vontade de seu Pai. Em tudo Ele foi fiel! É possível e necessário também para a Igreja, inserida nesse contexto pós- moderno, manter firme sua fidelidade a Deus no cumprimento de sua missão sem, porém, esquecer-se de efetuar influência e transformação na sociedade que ela vai alcançar, não se afastando do mundo, mas para isso, primeiro é necessário lhe conhecer. Em uma sociedade caracterizada pela efemeridade, ou seja, as pessoas não se apegam a nada, a não ser o que lhe possa satisfazer, a Igreja precisa demonstrar o valor da fidelidade, vivendo uma vida caracterizada pela obediência à vontade de Deus. Uma época marcada pela falta de “modelos” precisamos ser o farol que ilumina um mundo que navega em densas trevas. O segundo desafio é a demonstração de compaixão. Uma época marcada por “cada um por si...”, as pessoas buscam a satisfação de seus interesses individuais, não se preocupando com o próximo. Tudo gira em torno do “EU”, as demais pessoas não têm importância. É uma sociedade que não se preocupa com as pessoas,  mas a penas o lucro que elas podem gerar, daí, só os “bons” subsistem. E quanto aos ruins?   Eles são descartados, rejeitados, abandonados. È isso que a pós-modernidade tem feito com grande parte dos seres humanos dentro das nossas sociedades. Mas a Igreja não pode fechar seus olhos, não pode se calar diante de tamanha crueldade. Mas uma vez, Cristo é o nosso exemplo, pois ele não abandonou os excluídos de sua época, como diz o frei Isidoro Mazzarolo: “O cristianismo é a religião da integração na família de Jesus dos excluídos.”¹ A Igreja necessita urgentemente de interagir com a sociedade de sua época, demonstrando os componentes da compaixão demonstrados por Cristo se quiser cumprir a Missão outorgada pelo Pai.  
  A igreja só conseguirá influenciar e transformar sua época, se primeiro, fizer acompanhar sua mensagem e serviço baseados e fundamentados no amor, amor que prioriza o próximo, que se preocupa com suas dores e sofrimentos e que o tem em alta estima, não como um meio para se alcançar um fim, um objeto qualquer, mas alguém especial. E, em segundo lugar, realizar o seu serviço (diaconia) de maneira que supra as necessidades prementes dos indivíduos, lhe dando o reconhecimento de valor como cidadão, mas principalmente, de uma pessoa que é amada e valorizada por Deus.

¹ Mazzarolo, I. Evangelho de Marcos-Estar ou não com Jesus. Porto Alegre, Livraria Plink, 2004.

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