sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A cultura e os valores éticos na sociedade!



A cultura é o conjunto de ideias, conceitos, valores e costumes que circunscrevem uma determinada sociedade, ou seja, é ela quem dá forma aos indivíduos de determinado grupo e vai determinar o seu comportamento frente às situações vivenciadas e experimentadas dentro do meio em que se está inserido. Tamanha é essa força e capacidade de influenciar os comportamentos que, gradativamente essa postura acaba se interiorizando nas pessoas que se transformam no modelo comportamental correto e verdadeiro de se viver e que, em muitos casos acaba menosprezando e ridicularizando outras formas sociais de comportamentos, tendo o seu modelo como o único a ser aceito! O ser humano possui necessidades inerentes suas que nascem com o próprio indivíduo como a necessidade de se alimentar, de descansar, de ser valorizado, etc., no entanto, diferentes dos animais que constantemente agem por instintos, o homem comporta-se mediante ao seu mundo cultural.¹ Daí porque, em geral, agimos e nos comportamos em conformidade com a sociedade que estamos inserido e, muitas vezes, assimilamos de forma tão profunda tal cultura que agimos “mecanicamente” com base em seus conceitos e ideias. São tão profundas as marcas culturais que assimilamos que os conceitos subjetivos da sociedade como valores sociais, morais e institucionais acabam permeando e interiorizando-se na nossa maneira de ser, pensar e agir. Usando como argumento desse conceito, vários pesquisadores utilizam os exemplos de crianças lobos dentro do decorrer da história e outros exemplos para validar essa faceta cultural dos seres humanos.
A cultura não é inata, ela é criação humana e que, vai sendo criada conforme a sociedade depara-se com suas dificuldades e para isso, todos cooperam juntos para a resolução do problema e assim surge esse mundo cultural que é fruto da criação humana. Como pode se perceber pelo enunciado do texto, embora não esteja explícito, percebe-se indubitavelmente que é por meio do trabalho humano na solução de suas dificuldades que se cria a cultura. Cada um que chega a esse ambiente é influenciado por ele, mas também dentro de sua época se depara com situações específicas para o seu momento e acaba também sendo influenciador das mudanças que cabalmente acontecerão dentro dessa sociedade. Visto que a cultura ela é dinâmica, consequentemente, todos os elementos culturais também serão modificados e alterados no decorrer das gerações que se interligam umas com as outras através dos elementos culturais que são passados e isso ocorre por meio da linguagem que é o instrumento que perpetua e passa a cultura de uma geração para a outra. É com base nessas mudanças que percebemos como o elemento cultural também se insere no ambiente sociológico, visto que é impossível a existência de um sem o outro. Sem dúvida alguma, a sociedade acampa os elementos culturais pertencentes aos indivíduos que lhe compõem! Todos os valores sociais carregam junto de si as marcas da cultura que lhe acompanham passando a ser a conduta e a maneira adequada de se viver e se comportar, trazendo consigo a postura de que quem não vive ou não se comporta desta forma é alguém cólume e perigoso para o meio social, devendo todos se adaptar a tal forma e maneira de comportar-se.  O próprio indivíduo carrega em si a idéia de que não viver com base nesses padrões e ideias é um motivo correto e coerente para punir e, em casos extremos, expurgar tal elemento que não se adéque a tal forma de conduta, para isso, a própria sociedade cria padrões culturais para penalizar os infratores e, isso também é uma criação social.
Os valores sociais vão se estabelecendo de forma gradativa, visto que ele é um elemento componente da cultura, dessa forma, ele não surge como fenômeno inato, mas sim como elemento surgido do ambiente cultural e do processo que se vive em cada momento e instante na história da sociedade. Com base nesse princípio, percebe-se que de duas maneiras claras e distintas os valore sociais são encampados e absorvidos nas sociedades: há aqueles que vão sendo passados de geração a geração por meio da tradição, em que há um forte componente conservador em que há uma clara e persistente resistência às mudanças (característica do Misoneísmo), base das sociedades tradicionais em que a própria sociedade cria meios para dificultar tais mudanças, em geral, nesses modelos de sociedade há uma clara valorização do coletivo em detrimento dos interesses individuais; já nas sociedades modernas, a principal característica é a autonomia individual em que o tradicional é visto como elemento inibidor do crescimento e desenvolvimento ético e moral, pois ambos são vistos e pensados sob a óptica da valoração individual, nesse modelo a autonomia individual é vista como superior a qualquer outro conceito, principalmente aos tradicionais. Pois o modelo tradicional é visto como inibidor do desenvolvimento e o moderno como o melhor padrão a ser seguido, pois assim, estará se libertando do modelo arcaico tradicional e navegando em um modelo superior e desenvolvedor de toda e qualquer cultura.
Indubitavelmente ambos os modelos tem os seus prós e os seus contra, o correto e o coerente é buscar uma forma de unir o tradicional e o moderno de forma que não esqueçamos as bases em que criamos e formamos nossos valores sociais, mas também, não abrir  mão de discutir e repensar conceitos, ideias e valores que apenas repetimos por repetir, pois eles já não servem e não se adéquam ao momento em que a sociedade está!
¹ MUNDO CULTURAL é a parte da natureza que foi modificada pela ação humana.

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