Fazer missão hoje é um desafio para o cristianismo moderno, pois, há conceitos equivocados que foram implantados na mente da igreja brasileira, principalmente a protestante, e que nortearam e norteiam ainda o pensamento missionário em várias denominações. Algumas, ainda arraigadas nos conceitos medievais, imaginam que o único objetivo da igreja é “preparar o homem para os céus;” já outras principalmente as da linha da teologia da prosperidade, entendem que a missão da igreja é tornar o indivíduo “próspero” neste mundo aqui, inclusive, a própria instituição deve ser próspera. Impera a idéia de que o Reino de Deus é o reino da denominação, em que, ao invés de se disseminar os ensinamentos de Cristo, estão proliferando as visões individuais fundadas em interpretações equivocadas do texto Sagrado. Não se tem levado em conta que, embora o homem deva ser direcionado para a eternidade, ele está vivo dentro de sua própria história. É desafio para a igreja harmonizar ambas as visões, que não são contrárias, mas partes mútuas que devem ser trabalhadas. A missão hoje deve estar pautada na integralidade do indivíduo (espiritual, individual e coletiva). O cristianismo que, durante muito tempo esteve focado nas classes “civilizadas” da sociedade precisa resgatar na atualidade o que não foi realizado nos últimos duzentos anos com os menos desfavorecidos da sociedade, lembrando-se que o Cristo dos Evangelhos é aquele inclui as pessoas. Um cristianismo que não busca a inclusão dos “não-civilizados” não é cristianismo, pois não segue o exemplo de seu Líder. Existe ainda, a barreira do diálogo, pois o protestantismo brasileiro se caracterizou pelo não diálogo com outros grupos cristãos. É triste observar, mas muitas denominações não aceitam nenhum tipo de conversa ou diálogo com outros grupos protestantes, imaginando que a salvação da humanidade está circunscrita ao seu grupo evangélico. Somente com a mudança destes paradigmas equivocados é que veremos a igreja brasileira realizar a mudança social e espiritual proclamadas na Bíblia, caso contrário, veremos o contínuo surgimento de grupos inchados que professam ser cristãos, no entanto, que não têm a capacidade de modificar o mundo em que está instalado.
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