A pós-modernidade surge, como resposta a um mundo inquieto em que acreditava que a modernidade seria a solução para todos os problemas da sociedade e do ser humano; se preconizava que a humanidade alcançaria os mais altos padrões de evolução. Os “Nostradamus” modernos afirmavam que seria a era de ouro da humanidade, porém, a I Guerra Mundial foi um “balde de água fria” em todas essas expectativas. Uma sociedade que acreditava que a razão seria reguladora de todos os arquétipos e estereótipos hodiernos foi abalada por situações que deixou os cientistas inquietos e totalmente desprovidos de respostas. A pós-modernidade vem como substituição e como forma de acalmar a inquietação pela qual a sociedade passava. Uma das principais características desse novo período é a centralidade no indivíduo e um abandono aos conceitos absolutos. Mas não apenas isso, como também que, tudo se compreende dentro de um contexto histórico e cultural, ou seja, a verdade depreende da compreensão da realidade atual, não servindo como forma única e objetiva, pois em outros ambientes e momentos essa verdade pode ser diferente. Há uma predileção pelo método empírico, ou seja, a verdade é fruto daquilo que pode ser experimentado; se abdica dos conceitos teóricos e se busca emoções, por mais que não se perdurem ou se universalizem, são ferramentas utilizadas nesse momento da história.
É preciso observar que o homem não é um ser isolado, a não ser que deliberadamente tome a atitude de viver recluso, mas mesmo assim a sociedade e a época exercem influencia sobre ele. É impossível a igreja cumprir sua missão sem levar em conta a “bolha” cultural em que a sociedade está inserida, caso contrário, a sua linguagem, o seu projeto ficará completamente distanciado do indivíduo que ela pretende alcançar. Ela só conseguirá ter êxito em seu trabalho se atentar que o homem na atualidade é muito influenciado pelo contexto em que está plantado, mas que também, ele busca experiências em suas relações sociais e intrapessoal, daí, não há uma receita única e final para suprir as necessidades desse indivíduo, devendo a igreja pluralizar suas ações se é que ela deseja alcançar “universalmente” a todos.
Finalmente, é preciso observar que a sociedade de hoje é conseqüência de toda a cultura anterior, não existe presente que não seja influenciado pelo passado. Vários erros cometidos no passado da história da Igreja, foi não levar em conta à realidade em que ela estava inserida, por conseguinte, estava mais preocupada com suas ideologias e com a sua “verdade” do que analisar o “modus vivendis” das pessoas que ela pretendia alcançar. Sem compreender o mundo pós-moderno, como suas demandas, características, etc., ficaremos, como igreja, totalmente distanciados e alienados àqueles que estão ao nosso lado. Antes de transformar e influenciar essa cultura é, condição sinequanon que assimilemos e compreendamos sua forma de ser antes de cumprirmos a missão, pois assimilação, transformação e influencia são elementos indivisíveis da missão da Igreja.
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