Por Quê Igrejas Presbiterianas pelo Mundo estão Aceitando Pastores Homossexuais?
A primeira foi a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América (PCUSA). Veja a notícia aqui:
Igreja Presbiteriana dos EUA permite ministros homossexuais
E ontem, foi a vez da Igreja Presbiteriana da Escócia. Veja a notícia aqui:
Church of Scotland votes on gay ministers
Estas resoluções foram tomadas depois de muitos anos de conflitos internos e discussões teológicas. E em ambas as igrejas, o voto passou com uma maioria apertada. Os pastores, presbíteros, diáconos e membros destas denominações que discordam da decisão, e que por muito tempo lutaram para que ela não fosse aprovada, enfrentam agora o dilema de saber qual é a coisa correta a fazer. Com certeza, muitos sairão para outras denominações ou para formar novas igrejas; outros, ainda, permanecerão na esperança de que um dia as coisas mudem.
A pergunta que não quer calar é como igrejas de origem reformada, que um dia aceitaram as confissões de fé históricas e adotaram os lemas da Reforma, especialmente o Sola Scriptura, chegaram a este ponto? Em minha opinião, o que está acontecendo hoje é o resultado lógico e final da conjunção de três fatores: a teologia liberal que foi aceita por estas igrejas, a conseqüente rejeição da autoridade infalível da Bíblia e a adoção dos rumos da sociedade moderna como norma.
O processo pelo qual estas denominações passaram, uma na Europa e outra nos Estados Unidos, é similar. As etapas vencidas são as mesmas. Primeiro, em algum momento de sua história, em meados dos séculos XIX, o método crítico de interpretação da Bíblia passou a ser o método dominante nos seminários e universidades teológicas destas denominações. Boa parte dos pastores formados nestas instituições saíram delas convencidos que a Bíblia contém erros de toda sorte e que reflete, em tudo, o vezo cultural de sua época. Para eles, os relatos bíblicos dos milagres são um reflexo da fé dos judeus e dos primeiros cristãos expresso em linguagem mitológica e lendária (veja aqui um post sobre liberalismo teológico).
Segundo, uma vez que a Bíblia não poderia ser mais considerada como o referencial absoluto em matérias de fé e prática, devido ao seu condicionamento às culturas orientais antigas e patriarcais, estas denominações aos poucos foram adotando as mudanças culturais e a direção da sociedade moderna como referência para suas práticas.
Terceiro, com a erosão da autoridade bíblica e o estabelecimento da cultura moderna como referencial, não tardou para que estas igrejas rejeitassem o ensinamento bíblico de que somente homens cristãos qualificados deveriam exercer a liderança nas igrejas e passaram a ordenar mulheres como pastoras e presbíteras. As passagens bíblicas que impõem restrições ao exercício da autoridade por parte da mulher nas igrejas foram consideradas como sendo a visão patriarcal dos autores bíblicos, e que não cabia mais na sociedade moderna (veja aqui uma matéria deste blog sobre ordenação feminina).
O passo seguinte foi usar o mesmo argumento quanto ao homossexualismo: as passagens bíblicas que tratam as relações homossexuais como desvio do padrão de Deus e, portanto, pecado, foram igualmente rejeitadas como sendo fruto do pensamento retrógrado, machista e preconceituoso dos autores da Bíblia, seguindo a tendência das culturas em que viviam. A igreja cristã moderna, de acordo com este pensamento, vive num novo tempo, onde o homossexualismo é comum e aceito pelas sociedades, inclusive com a aprovação do Estado para a união homossexual e benefícios decorrentes dela.
E o resultado não poderia ser outro. O único obstáculo para que uma igreja que se diz cristã aceite o homossexualismo como uma prática normal é o conceito de que a Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante e infalível única regra de fé e prática para o povo de Deus. Uma vez que esta barreira foi derrubada - e a marreta usada para isto sempre é o método crítico e o liberalismo teológico - não há realmente mais limites que sejam defensáveis. Pois mesmo os argumentos não teológicos, como a não procriação em uniões homossexuais e a anormalidade anatômica e fisiológica da sodomia, acabam se mostrando ineficazes diante do relativismo da cultura moderna. E as igrejas que abandonaram a autoridade infalível da Palavra de Deus acabam capitulando aos argumentos culturais.
Nem todos os que adotam o método crítico são favoráveis ao homossexualismo. E nem todos liberais são a favor da homossexualidade. Mas espero que as decisões destas duas igrejas, que têm em comum a adoção deste método e a aceitação do liberalismo teológico, sirvam como reflexão para os que se sentem encantados com o apelo ao academicismo e intelectualismo da hermenêutica e da teologia liberais.
Veja o artigo relacionado:
Gays e Lésbicas praticantes agora podem ser ministros do Evangelho na Igrejas Luterana Americana
Fonte:http://tempora-mores.blogspot.com/2011/05/por-que-igrejas-presbiterianas-pelo.html
Louvo a Deus por sua vida Pastor, e grande mestre, Sandoval.
ResponderExcluirAinda bem que, ao menos por enquanto, esta aprovação da Igreja Presbiteriana se dá fora do Brasil; e, espero que não seja aprovada por aqui, apesar dos apelos liberais e hermeneuticos que povoam o Supremo Concilio, e alguns Sínodos e presbitérios...
Creio na urgência de uma "reforma" em nossas igrejas. Afinal, "Eclessia reformata et semper reformanda".
Abraços de seu sempre aluno,
Paulo Lopes
pb.paulo.lopes@gmail.com
Graças a Deus que o Supremo Concílio ainda é liderado por homens comprometidos com a Palavra e a Sã Doutrina. Um forte abraço amigo!
ResponderExcluirParabéns Sandorval pela atitude de colocar estas valiosas e indispensavéis informações, precisamos está atento a estes acontecimentos, pois, banalizar e excluir a essência da genuína Palavra de Deus como paradígma para o seu povo, olhando somente para a questão cultural, banalizar e excluir as mensagens e ensinamentos Jesus, e as doutrinas e ensinamentos das epístolas,tudo isso, é um paradoxo, é o mesmo que,nos tornarmos sepulcros caiados e existirmos
ResponderExcluirsem perspectiva da existência e valor da vida no mundo físico e no mundo espiritual.Que o Espírito Santo continue sendo o mestre e administrador na vida dos nossos irmãos membros do Supremo Concílio e dos que no futuro farão parte do mesmo.
O grande problema do cristão-evangélico é não haver uma liderança centralizada. Cada um faz o que bem entende. Assim, não há como definir quem somos, pois somos muitos grupos aleatórios.
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