segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OUVINDO COM AMOR!



A igreja não pode estar alienada as necessidades dos indivíduos em todas as épocas e eras da história humana, lembrando que sua mensagem deve estar contextualizada às necessidades dos indivíduos que ela precisa alcançar para cumprir sua chamada e sua vocação em Cristo Jesus; a própria hermenêutica moderna tem como uma de suas bases a contextualização da mensagem ao ambiente (local). Não seria diferente com a tarefa do Aconselhamento Pastoral, pois como é do conhecimento geral que esta tarefa é de todos os cristãos, não apenas de uma parcela limitada da comunidade como a própria expressão poderia induzir a se pensar, a comunidade cristã falhará amplamente em sua tarefa caso não leve em consideração esse fenômeno da sociedade, pois as pessoas vivem condições e situações distintas diante de ambientes geográficos e também históricos!
Verificamos que em cada época, alguns fenômenos e problemas afligem e atingem a humanidade como um todo, temos como exemplo o fato tratado no texto sobre os infectados com o vírus do HIV, mas poderíamos estender para outras situações de crises que abarcam as pessoas nas mais diversas áreas, como o fenômeno do crack que prolifera nas grandes cidades do Brasil, a pobreza e a miséria, crises financeiras nas sociedades, epidemias, catástrofes, etc. que levam os indivíduos a ponto de desespero e a pergunta que se faz é: COMO PODEMOS AJUDAR ESSAS PESSOAS? Dentro do processo, alguns chamam de disciplina, do Aconselhamento pastoral está a atividade de ouvir que, embora alguns possam considerar trivial, verificamos que esta tem sido uma das grandes necessidades em nossas sociedades, visto que as pessoas vivem em uma correria constante e, poucos tem tido tempo para ouvir o outro, principalmente àqueles que estão vivenciando as suas crises. Não apenas os acometidos com HIV, mas todos que sofrem precisam encontrar alguém que lhes escute e elas possam falar de seus medos receios e problemas. Quero enfatizar que esse mecanismo não é fácil, pois o elemento que sofre, em geral, cria bloqueios e resistências para falar do que lhe aflige. É fundamental que o aconselhado sinta confiança com que se aconselha; para isso é necessário que o local e o tempo sejam adequados para que ele não se sinta intimidado ou pouco valorizado por quem está lhe ouvindo, também é importante que lembremos de que não estamos na posição de juiz, daí porque devemos deixar a pessoa falar sem que a interrompamos, pois se chegamos a condição de que ela está tocando no assunto, é que ela sente confiança em nós para tal e a própria Bíblia declara que não somos juízes de ninguém. Procuremos passar à pessoa a realidade de que, todos têm suas áreas de deficiência e de problemas. Além disso, o amor que é a base de todas as nossas realizações e atividades deve ser o elemento básico de nossa existência e ministério, pois semelhante ao amor de Cristo por nós em que Ele nos amou sem cobrar nada em troca, devemos nortear o Aconselhamento Pastoral com a fragrância do amor. O amor nos levará a nos colocar no lugar do outro, procurando compreender o que lhe levou a determinadas circunstâncias em sua vida, não significando com isso que concordamos com tudo que ela diz ou faz, mas demonstrar que entendemos a sua situação.
Por último, é fundamental que o conselheiro esteja bem consigo mesmo, não estou com isso referindo-me a que ele seja perfeito, entretanto, se a pessoa não estiver de bem consigo mesma, em algum momento ela poderá agir de forma que prejudique a sua missão de aconselhar, daí porque é preciso que o indivíduo conheça bem os seus medos, traumas e receios, mantendo-os sobre controle e vigilância constante. Concomitantemente, devemos ter em mente que não possuímos a solução para todos os problemas da vida (se é que temos para algum!), levando o aconselhado a uma posição e atitude de fé diante das dificuldades e lhes demonstrando que Deus lhe tem aceitado e compreende às suas falhas e também as suas dores. Com base no que foi apresentado, sabemos que neste ambiente, há condições perfeitas para que o Espírito Santo efetue a obra de Salvação no interior dos indivíduos, pois cabe a Ele sarar e cicatrizar todas as feridas do homem. Por mais preparo secular que tenhamos, deve ocorrer em nós constantemente uma posição e atitude de dependência e submissão a vontade de Deus, lembrando que essa simbiose entre conselheiro, aconselhado e Deus conduzirá a êxitos no papel da Igreja de tratar os doentes e feridos dentro da sociedade. Tal postura, em geral, não ocorrerá da noite para o dia, há de ocorrer disciplina em nossa postura de ouvir o próximo, pois como disse anteriormente, não é uma atitude fácil, mas que demanda disciplina e mudanças em muitas áreas da nossa vida, mas que redundará em grandes benefícios para nós, a sociedade e principalmente para o Reino de Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário