Em seus anos iniciais, o cristianismo não se apresenta como elemento preocupante para o Império romano porque dentro de um estado múltiplo-religioso ele era visto como mais um conseqüente das religiões existente, nesse caso, para os romanos era mais um grupo dentro do judaísmo. E também, em regra geral, os cristãos eram cidadãos cumpridores das leis vigentes, como atesta um dos pais da Igreja¹, mas ele traz dois fatos novos à existência, uma separação entre Estado e Igreja, ou seja, entre a religião e a política, visto que no cristianismo o imperador não era o chefe da Igreja; e como também conseqüência dessa separação, a liberdade de consciência no relacionamento com Deus. O período mais crítico e “universal” da Igreja se dá entre 54 com Nero até meados do século II até Trajano (117)². Inicialmente, Nero para desviar a atenção popular para o incêndio de Roma, promove uma perseguição animalesca aos líderes e a muitos componentes da Igreja, no entanto, tanto ele como os outros perseguem a Igreja por não se subordinar ao Estado e não permitir sua interferência em suas questões privadas; também havia perseguição por parte do judaísmo, eles atribuíam aos cristãos a culpabilidade pela destruição de sua cidade e do seu Templo. A história começa a mudar quando em meados do século III quando Galieno restitui aos cristãos os seus cemitérios e locais de cultos, fato inicialmente consumado com o Edito de Tolerância em 311 por Galério e completado pelo Protocolo de Milão em 313 assinados por Licínio e Constantino. O apogeu do cristianismo ocorre com o imperador Teodósio com o Edito de Tessalônica em 380 tornando ele a religião “pró forme” de todo o Império, com isso, volta um conceito anterior ao surgimento do cristianismo, pois Estado e Religião voltam a se agregar, com o princípio de que agora é a religião quem manda!
¹CESARÉIA,Eusébio de.História Eclesiástica.Rio de Janeiro,CPAD,2000.
²MAZAROLLO,Isidoro.O apocalipse,esoterismo,profecia ou resistência?Rio de Janeiro,Gráfica e Editora Comunicação Impressa,2000.
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