domingo, 27 de maio de 2018

Plantação de Igrejas: O que acontece quando a plantação não acontece do nosso jeito?



Provérbios 19.21 tem marcado o início do ano em Barlanark:
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá” (Pv 19.21)
De fato, toda a nossa experiência aqui está resumida nesse único versículo.
Há 18 meses deixamos nossos ofícios como trabalhadores entre a juventude e partimos nessa jornada para plantar uma nova igreja centrada no evangelho na periferia. Por um lado, parece não ter passado muito tempo, mas por outro, parece que uma vida inteira ficou para trás.
Nessa fase, nossos planos eram reunir uma equipe, consolidar a nossa visão e começar a levar o evangelho às muitas pessoas perdidas ao nosso redor. Não demorou muito até que isso se transformou em nossa declaração de visão:
Fazer Jesus conhecido em Barlanark e além;
por proclamar o evangelho
por fazer discípulos
por viver em comunidade.
Isso gerou harmonia. Uniu-nos. Reuniu a nossa paixão por ver pessoas conhecerem a Jesus.
Logo nos foi concedido um ótimo espaço para trabalhar, localizado em um centro comunitário local. Começamos a estudar a Bíblia e a orar com outras pessoas todas as manhãs. Nós começamos a desenvolver relações de discipulado um a um para todos os membros do nosso grupo. Nós começamos a fazer novos contatos com não-cristãos. Começamos a ver pessoas professando a fé.

Muitos eram os planos do homem. E parecia que os planos estavam dando frutos

No final do verão de 2016, um ano após a jornada de tempo integral, tínhamos mais de 15 adultos professando a fé e trabalhando de acordo com essa visão. Tínhamos pelo menos quatro não-cristãos que estavam regularmente em nossas reuniões e contato com muitos outros. Nós tínhamos 9 crianças e mais uma estava a caminho. E parecia que estávamos com todo o ânimo. Nosso primeiro estagiário havia acabado de começar. Nosso grupo de crianças estava ansioso pelo começo. Nós estávamos encorajados. As pessoas pareciam conhecer Jesus.
E assim, decidimos que era hora de pensar em “dar início ao plantio”. A próxima etapa do nosso plano era nos reunirmos formalmente em um domingo. Isso nos uniria. Isso nos levaria de um grupo de cristãos em missão para sermos uma igreja local comprometida e pactuada. Isso proporcionaria um ponto focal para nossos contatos não-cristãos virem. Seria o fim e, ao mesmo tempo, o começo de nossa jornada.
Então, fizemos um plano. 2 de abril de 2017. Esse seria o nosso primeiro culto oficial. Era para isso que estávamos trabalhando. Esse seria o momento em que nosso sonho, nossa visão, se tornaria realidade.
Contudo, não nos leve a mal. Nós tínhamos certeza que esse não era apenas o nosso plano. De fato, nós havíamos orado por isso durante meses; na verdade, durante anos. Nós buscávamos sabedoria de outros. Nós havíamos discutido isso com frequência. E tudo parecia estar se encaixando. Parecia que verdadeiramente esse era o propósito do Senhor.

E então, pouco a pouco, os planos falharam

Pessoas que tinham professado a fé e estavam crescendo, abruptamente desanimaram e desistiram. Outros que estavam fortemente buscando ao Senhor, de forma lenta, mas seguramente, se afastaram. Alguns que estavam trabalhando segundo a visão foram chamados para servir em outros lugares. E outras pessoas que participavam da nossa visão perceberam que nossas convicções teológicas não estavam alinhadas.
O que parecia um grupo próspero de cristãos, vivendo para “Fazer Jesus Conhecido”, lentamente começou a rachar desde as bases.

Muitos eram os planos do homem, mas o Senhor tinha outras ideias

Estamos agora de volta aos 7 membros originais do nosso grupo que começamos há 2 anos. E os últimos 2 meses deixaram os seus rastros.
Nesse empreendimento ministerial, parece que tivemos que lidar com ataque após ataque, pessoal e espiritualmente. Temos enfrentado nossas casas sendo provocadas, cartas de oposição sendo escritas, rumores e falsas acusações sendo divulgadas, cristãos nos disseram que nossa visão nunca se realizará e a nossa equipe foi coagida a fazer parte da missão deles. No último ano, como duas famílias, precisamos lidar com o que parece ser falta contínua de sono e normalidade em casa, problemas intermináveis com carros, um aborto espontâneo, meses de dor física ou doença e um problema após outro no ministério pastoral.
E ainda, em muitos aspectos, isso não foi nada comparado aos últimos meses. Temos sido conscientes do cuidado do Senhor em todos esses momentos. A despeito dos tempos mais difíceis, ele nos sustentou.
Mas, certamente a implosão de nossa equipe de plantação de igreja logo antes da formalização da igreja local não era o propósito do Senhor? Certamente não era o nosso plano. Se você nos tivesse dado uma folha de papel em branco há apenas alguns meses e nos pedisse para anotar nosso pior cenário antecedente à plantação formal, mesmo essa suposição, provavelmente, não seria tão difícil quanto a realidade.

Este não era o nosso plano, mas era o propósito do Senhor

Isso muda tudo. Nós vamos desacelerar. Vamos nos reagrupar. Vamos adiar nosso estabelecimento formal como igreja local de 2 de abril para até que a poeira baixe.
Com razão, as pessoas nos perguntaram se estamos certos disso. Não devemos continuar em fé? Qual é o número mágico? Quero dizer, biblicamente falando, com certeza 7 é o ponto de partida ideal, certo?! E sem dúvida há verdade e sabedoria nisso.
Porém, muitos são os planos do homem…
Sentimo-nos mais em paz agora do que nos últimos 6 meses. Sentimo-nos mais seguros do que nunca de que agora é a hora de nos reunirmos e focarmos novamente em nossa missão. Sentimo-nos mais livres do que nunca para proclamar o evangelho. Sentimo-nos prontos para direcionar nossa energia novamente para a nossa tarefa de ir e “Fazer Jesus Conhecido”.
Talvez a parte mais difícil de tudo isso seja lidar com nosso próprio orgulho.
Estávamos ansiosos para ser a primeira plantação de igreja da Harper Church e do 20schemes em Glasgow. Estávamos ansiosos para poder liderar e pastorear essa igreja com a qual sonhamos por tanto tempo. Estávamos ansiosos para ir e iniciar imediatamente. No entanto, agora, novamente, estamos tendo que admitir nossa fraqueza e dizer que nossos planos fracassaram. Nós estamos tendo que encarar as pessoas nos perguntando se não é falta de fé o fato de não prosseguirmos enfrentando as dificuldades. Mais uma vez, estamos tendo que ser pacientes e confiar TOTALMENTE no Senhor.
Mas isso não é o fim. Não é um fracasso.
Essa é a poderosa e graciosa mão de Deus realizando os SEUS propósitos.

E nós vamos continuar

Apesar de uma abundância de evidências que poderiam sugerir o contrário, estamos CONVENCIDOS de que estamos no lugar que Deus deseja para nós. Por quê? Não porque temos uma equipe crescente de cristãos maduros prontos para dar tudo de si pela causa. Não porque temos prédios e atividades para atuar como uma rede segura para o nosso grupo. Não porque estamos vendo muitos chegarem a conhecer Jesus. Mas porque há quase 4.000 pessoas perdidas em nossa periferia que precisam ouvir as palavras do evangelho. Como ainda temos esse tesouro, reconhecidamente em vasos de barro frágeis e falíveis, isso por si só trará esperança aos desesperados. Porque Barlanark (como toda periferia e comunidade em nossa terra) ainda precisa conhecer Jesus.
“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2Co 4.8-11).
E assim, mais do que nunca, nos apegamos à visão.

Mais do que nunca, estamos animados com o que Deus fará

Estamos convencidos de que isso será para o bem do nosso grupo. Que à medida que avançarmos, poderemos construir uma base mais firme. Que seremos capazes de aprender essas lições e prosseguir em alegria e força renovadas. É uma graça de Deus nos desacelerar nesse ponto, em vez de nos deixar implodir quando tivéssemos começado de fato.
E assim estamos convencidos de que isso será para a glória suprema de Deus. Ele está corrigindo toda a pretensão de que temos esta plantação de igreja em pleno controle. Ele está deixando claro que somente ele edificará a sua igreja. Deus está mostrando ao mundo que isso é TUDO para ele.
Portanto, continuamos a proclamar o evangelho. Continuamos a fazer discípulos. Continuamos a viver em comunidade. Continuamos a orar ansiosamente para que a vontade do Senhor seja feita e ele realmente edifique a sua igreja e traga muitas pessoas perdidas para que conheçam Jesus em Barlanark e além.
Nós não o planejamos dessa maneira. Mas o Senhor o planejou. E por isso estamos contentes.
Há muitos propósitos no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá.
Por: Pete Stewart. © 20schemes. Website: 20schemes.com. Traduzido com permissão. Fonte: Church Planting; What Happens When It Doesn’t Go Our Way?
Original: Plantação de Igrejas: O que acontece quando a plantação não acontece do nosso jeito? © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução e Revisão: William e Camila Rebeca Teixeira.

O que torna possível a reforma de uma igreja?

Plantar igrejas parece ser a obra mais importante em nossos dias. Mas eu diria que revitalizar igrejas existentes é, igualmente, importante para a causa do reino. De fato, revitalizar igrejas não saudáveis nos permite obter duas coisas como resultado de uma única obra. Não somente estabelecemos uma igreja reformada e vibrante para o evangelho, mas também eliminamos o testemunho medíocre que havia antes.
Igrejas doentes são, como Mark Dever o afirmou, “forças antimissionárias terrivelmente eficazes”. Elas anunciam à comunidade: isto é o cristianismo! O cristão é assim! Esses falsos anúncios difamam o evangelho e, na realidade, impedem a evangelização nas áreas adjacentes. Mas, quando uma igreja é transformada, o evangelho prospera enquanto a comunidade é confrontada com um genuíno testemunho coletivo a favor de Cristo.
Já testemunhei duas reviravoltas em igrejas: uma em Louisville (Kentucky) e a outra em Dubai (Emirados Árabes). Em ambos os casos, as igrejas foram completamente transformadas, desde a pregação até a adoração coletiva, a cultura da igreja e ao impacto evangelístico na vizinhança. Em ambas as reviravoltas, ainda que eu não possa reivindicar crédito por nenhuma delas, desfrutei do privilégio de ver pessoalmente a mudança radical de uma igreja.
O que tornou possível a reforma dessas igrejas?
Pregação
A força impulsionadora que estará por trás de qualquer reforma verdadeira será a Palavra de Deus. À medida que a Palavra manifesta seu poder em uma congregação, ela amolece o solo endurecido e produz mudança espiritual. Em Dubai, havia membros fiéis que trabalharam por anos, mas obtiveram poucos resultados. Não eram nutridos consistentemente por sermões semanais. Tentativas ousadas foram feitas para fortalecer a congregação, mas faltava algo. No entanto, quando a pregação se tornou consistentemente expositiva e centrada no evangelho, foi como se alguém jogasse um fósforo acesso em gasolina. O ministério se multiplicou. Quando a igreja começou a mudar, um membro antigo comparou a pregação com um fogo de artilharia semanal. O bater constante da Palavra amoleceu a oposição e abriu caminhos para que um ministério mais frutífero acontecesse em todo o corpo de membros.
O púlpito tem de liderar um esforço de reforma de uma igreja. E isso implica em pregação expositiva com ênfase no evangelho e aplicação criteriosa à vida da igreja, especialmente àquelas áreas que precisam de mudança. Se o púlpito não estiver firmemente por trás deste esforço, os reformadores talvez estejam desperdiçando seu tempo. É melhor mudar para um lugar onde a Palavra já está sendo pregada corretamente e perceber como aquele ministério pode ser apoiado.
Providência
Igrejas moribundas serão vivificadas somente se Deus estiver em ação ali. Anos atrás, em Louisville, uni-me a uma igreja velha cujo ministério definhava por várias razões. Pessoas velhas predominavam na igreja, muitas delas ministrando com fidelidade, mas sem liderança pastoral. Os mais novos tinham desertado da igreja havia muito tempo; e eu podia entender o motivo. Além da lealdade familiar, poucas coisas os mantinham ali. A pregação consistia principalmente de histórias rústicas sem qualquer exposição bíblica séria. A igreja era mais norteada pela cultura do que pela teologia. E a cultura contemporânea se mudara para lá.
Na providencia de Deus, havia outra igreja nas proximidades (uma igreja que se reunia numa escola). Nesta o evangelho era proclamado com clareza. Esta igreja mais nova tinha vida, energia e sã doutrina, mas não tinha raízes na comunidade, nem prédios. A solução óbvia era unir as duas congregações. Inicialmente, a ideia de unir as duas igrejas foi rejeitada pela igreja mais velha e necessitada. Eles eram muito diferentes na teologia, na música, na cultura e em outros aspectos. Mas Deus começou a remover soberanamente os oponentes da união e mudou aos poucos o coração das pessoas, para que a nova igreja surgisse. Como noite e dia – de oposição rígida para aprovação quase unânime da congregação –, em sua providência Deus cuidou para que uma nova obra começasse ali, em Louisville, uma igreja que continua vibrante e unida até hoje.
Há muitas forças dispostas contra a reviravolta de uma igreja local, que nunca acontecerá se Deus não a fizer acontecer.  O cuidado providencial de Deus é essencial à reforma da igreja; é por isso que a oração é crucial.
Companheirismo
Procure não fazer isto sozinho. A reforma da igreja pode ser desgastante, ingrata e desencorajadora. O tempo para isso não é medido em meses, e sim em anos. E uma reforma espiritual profunda não é rápida. Deus usa os meios comuns de graça para dar crescimento e mudar seu povo. Igrejas melindrosas podem se tornar impacientes; e, em tempos difíceis, é bom ter amigos.
Quando comecei a pastorear em Dubai, havia um presbítero que pensava como eu e me encorajou bastante quando os tempos se tornaram árduos. Ele era perito em identificar evidências de graça, mesmo quando eu prosseguia com dificuldade em meio aos meus erros pastorais e às interrupções inevitáveis que acompanham a reforma da igreja. Quando elementos cruciais da reforma estavam em perigo, ele estava lá para dar ajuda na hora certa. Se possível, compartilhe com outros antes de atirar-se impetuosamente numa situação de reforma. Não vá sozinho.
Valorize o identificar homens que respondem ao ministério e integre sua vida à deles. Considere isto uma prioridade fundamental: treinar homens da congregação que um dia serão presbíteros e companheiros no ministério.
Paciência
Quantos pastores já foram demitidos porque introduziram mudanças antes que a igreja estivesse pronta? Quantos esforços de reforma já estiveram em perigo por conta da impaciência dos líderes que, talvez, sabiam a coisa certa a fazer, mas falharam em gastar tempo ensinando, orando e servindo as pessoas, para que ganhassem sua confiança e as convencessem dos pontos que necessitavam de reforma? Lembre a exortação de Paulo a Timóteo: “Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2). Somente porque você sabe quais são os problemas, isso não significa que eles devem ser resolvidos imediatamente.
Quando comecei a pastorear em Dubai, alguém me lembrou proveitosamente que a igreja não era “minha”. Em outras palavras, as pessoas que estavam ali e seu estado de maturidade espiritual eram o fruto do ministério de outro pastor, e não de meu próprio ministério. Eu não podia chegar e esperar que a igreja adotasse imediatamente as minhas opiniões sobre a vida da igreja e o ministério. Isto me deixou livre para servir com alegria as pessoas que nem sempre compartilhavam de minhas convicções sobre a Bíblia ou sobre o ministério. Mas, depois de poucos anos, o quadro começou a mudar.
Adote uma perspectiva de longo prazo no que diz respeito à reforma da igreja. Ajuda-nos ter um horizonte de tempo de dez a vinte anos. Com uma perspectiva de longo prazo, podemos priorizar mais pacientemente as áreas da vida da igreja que necessitam de mudança. Podemos agir mais alegremente em um ambiente de ministério imperfeito quando pedimos às pessoas que tolerem as nossas fraquezas pessoais.
No entanto, existem duas coisas que um pastor pode mudar de imediato, ao chegar em uma nova igreja: a pregação e a recepção de membros na igreja. Num dia, você pode exaltar a autoridade das Escrituras pela maneira como você prega, extraindo os pontos explicitamente do próprio texto bíblico e mostrando que você se rege por ele. Segundo, você pode começar imediatamente a fazer entrevistas com os novos membros, quando eles chegam. Desta maneira, você pode:
  • Assegurar-se, no melhor de sua habilidade, de que eles são crentes genuínos;
  • Assegurar-se de que eles podem articular o evangelho;
  • Definir suas expectativas quanto ao membros da igreja;
  • Começar a estabelecer um relacionamento pastoral com os novos membros que estão chegando, um relacionamento que no decorrer do tempo afetará a complexão da igreja como um todo.
Poucas coisas são melhores do que ver pessoalmente uma reforma na igreja
Em conclusão, há poucas coisas que são melhores do que ver uma mudança na igreja, de igreja fraca e irrelevante para igreja vibrante e bíblica. A única maneira como isso pode ocorrer é pela pregação correta da Palavra de Deus. Contudo, alguns esforços de reforma fracassam apesar da fidelidade no púlpito; o Senhor tem de estar em ação para mudar o rumo das coisas. É provável que você seja bem sucedido a longo prazo se tiver alguns irmãos que labutam com você na obra. No entanto, mesmo com todas essas coisas, você tem de adotar a abordagem de longo prazo para a reforma da igreja. “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7-8).
Por: John Folmar. © 9Marks. Website: 9marks.org. Traduzido com permissão. Fonte: What Makes a Church Reform Possible?
Original: O que torna possível a reforma de uma igreja? © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Wellington Ferreira. Revisão: Tiago J. Santos Filho.

terça-feira, 22 de maio de 2018

O evangelho restaura



Norbert Lieth
Mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração.” (Filemom 12)
1) A graça. A partir desse versículo podemos deduzir o grande valor que o evangelho atribui para que a pessoa, que recebeu a salvação, seja novamente reconduzida à posição perdida anteriormente.
O pecado nos rouba a posição que Deus pretendia nos proporcionar. Ele destrói essa posição e nos põem em fuga. Ele destrói os bons relacionamentos.
No entanto, o perdão restaura a pessoa totalmente. A graça de Deus, em Jesus, é tão perfeita que a pessoa é novamente aceita e integrada. A graça redentora nos concede a salvação e nos conduz novamente para casa, para Deus, o Pai. É o que podemos ver bem ilustrado na parábola do filho pródigo: ele foi aceito e reintegrado como filho, foi ricamente presenteado e recebeu uma posição totalmente nova.
Quando Paulo escreveu se referindo a Onésimo: “Mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração”, podemos compreender o quanto o evangelho da graça de Deus consegue restaurar. O apóstolo se colocou no mesmo nível com o escravo. Paulo se compara com ele e o identifica com o seu próprio coração. Com isso o apóstolo quer expressar que Onésimo agora ocupa a mesma posição da graça como ele mesmo. Não há mais diferença entre escravo e livre, entre homem e mulher, entre judeu e grego.
Isso também demonstra o quanto Onésimo deve ter mudado durante esse tempo desde a sua conversão – de alguém “à toa” para um valioso homem compassivo.
Também nós deveríamos observar nossos coirmãos em sua posição em Cristo e não julgar eles de acordo com sua procedência, casta social ou de acordo com o que foram anteriormente. Deveríamos estar atentos para que ocorram transformações em nossa vida, conforme lemos em Romanos 12.2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. — Norbert Lieth
Fonte: http://www.chamada.com.br/meditacoes/filemom/o_evangelho_restaura.html